02 fevereiro 2011

Fantasias

Quando entramos no local imaginado por Mônica e Mauro como futuro Parque para Brincar e Pensar, logo depois da casa da Dona Carmem, tivemos a sensação de atravessar um Portal. Aquele espaço vazio de casas, cheio de mato, esgoto a céu aberto, torres de alta tensão e muitas crianças, fez com que cada um de nós imaginasse algumas coisas. Estas são nossas primeiras fantasias, que agora serão somadas às de cada adulto e criança ali presentes, para começarmos o desenho do Parque.


Joana:  Eu vi o caminho usado pelas crianças para irem à escola se transformando em um caminho bonito, colorido, mágico. Ví os muros todos cheios de plantas, latas virando vasos. Vi todo mundo trabalhando junto, crianças e adultos - os adultos olhando para crianças de uma outra forma e vice versa. Vi um escorregador, uma tirolesa, um brinquedo radical ali no meio. Em fim, vi uma praça florida e o potencial de transformar um lugar.


Cássio: Eu vi um jardim, com hortas, uma roda de capoeira acontecendo, todos trabalhando juntos movidos por música, ouvi Jorge Ben tocando. Vi um cinema, a céu aberto, em baixo do maracujá, com telão, cadeiras, pipoca, suco e crianças assistindo Kiriku e a Feiticeira e outras histórias.


Rafael: Eu vi no espaço caminhos que possibilitem diferentes formas de circulação. Você poder ir rápido, ao mesmo tempo em que alguém pode circular devagar. Imaginei espaços como lugares de diferentes saberes e práticas, ao mesmo tempo interligados. Vi diferentes camadas de leitura e movimento neste espaço. Você pode jogar no território inteiro, como um tabuleiro, ou pode também submergir num dos espaços: um lugar de recuperação de águas, uma horta, lugar para plantas medicinais, uma rádio comunitária. 


Cibele: Eu vi o lugar se transformando em um grande percurso cheio de paradas, pontos mágicos. Um lugar para plantar e colher, outro para tratar a água, outro para olhar para cima, outro para balançar, para falar, ouvir. Imaginei num dos pontos um brinquedo de cordas, tramas, com alguns pneus presos, formando uma "cama", onde pode-se deitar e olhar o céu. Imaginei a Rádio Poste, que o Mauro faz na Praça do Miriam, com uma sede ali. Imaginei a construção de todos esses pontos acontecendo ao mesmo tempo, crianças e adultos circulando.

Peetssa: Eu vi o Parque trabalhando a saúde no sentido amplo, da relação com meio ambiente, 2 ou 3 caixas d'água sendo usadas para tratar o esgoto, uma área meio alagada, com Helicônias, Lírios e outras plantas usadas para isso, o entulho local servindo para o tratamento, uma composteira. Vi 4 hortas suspensas, uma em cada canto, vi uma ponte de madeira, japonesa, por cima do rio. Vi até uma biquinha com peixes. Em frente a casa da Dona Carmem, vi uma bandeira com um símbolo, marcando a entrada do Parque.


Mauro:  vejo a possibilidade de aproveitar a geografia do lugar para construirmos coisas - brinquedos, horta (que eles já tem experiência) etc. Penso na importância dos temperos, árvores frutiferas, bananeiras, goiabeiras, pitangueiras... árvores como lugares de brincadeira. 


Mônica: vejo o esgoto limpo e um espaço para capoeira, um tablado ou deque, espaço para as crianças estarem e brincarem.