Alguns trechos de textos, "bons para pensarmos":
1. ARTE CONTEMPORÂNEA E COMUNIDADE
“[a arte do fora] abre novos espaços de encontro e circuitos de troca para a participação de indivíduos e grupos em experimentos exploratórios e transformadores com a percepção, sensação, cognição e expressão - experimentos que, por sua natureza igualitária e de democracia direta, levam quase que inevitavelmente a confrontações com forças repressivas e normalizadoras. Esse é um dos aspectos, dos mais importantes e interessantes, um dos mais belos eu diria, que contribui para a capacidade das pessoas de se auto-organizarem, que faz com que compartilhem inspirações e motivações e que ajuda a expandir o campo do dizível de um modo participativo e inovador, assim como experimentos artísticos anteriores contribuíram para a expansão do campo do sensível.” Brian Holmes, critico e ativista Norte-Americano
2. MULTIDÃO
“Nosso ponto de partida é o reconhecimento de que a produção de subjetividade e a produção do comum podem formar, juntas, uma relação simbiótica em forma de espiral. Em outras palavras, a subjetividade é produzida através da cooperação e da comunicação e, por sua vez, esta subjetividade produzida vem a produzir novas formas de cooperação e comunicação, que por sua vez produzem nova subjetividade, e assim por diante. Nessa espiral, cada movimento sucessivo de produção de subjetividade para produção do comum é uma inovação que resulta numa realidade mais rica. Talvez devamos identificar nesse processo de metamorfose e constituição, a formação do corpo da multidão, um tipo fundamentalmente novo de corpo, um corpo comum, um corpo democrático.” 2005, Michael Hardt e Toni Negri
3. COMUNIDADE
“A comunidade merece então uma nova atenção. Já não como excentricidade de um passado que resiste a morrer, mas sim como uma dinâmica de associação e produção comum com muita vigência política e cheia de ambivalências... Uma comunidade percebida sem apriorismos nem folclorismos (que obstacularizariam a compreensão dos modos através dos quais o comunitário se reinventa). A comunidade é movimento, portanto, um esforço por atualizar o comum, e o comum é sempre o não absolutamente realizável, é uma universalidade aberta, não aferível em sua plenitude. A comunidade é sempre, por isso, um devir, uma tentativa, um avanço.” Colectivo Situaciones, fevereiro de 2006
4. COMUNIDADE
“Qualquer comunidade nasce no momento em que um grupo de pessoas sonha um sonho comum, um sonho que difere dos sonhos impostos. A tentativa de revelar este sonho na realidade, de descobrir mecanismos alternativos para sua produção, organiza práticas comunicativas versáteis e experimentos em torno dele. Estes experimentos são cobertos de uma importância existencial pulsante, servindo de base para a existência de outras comunidades.” RADDEK COMMUNITY, 2005, Rússia
5. TERRITÓRIOS DE EXISTÊNCIA
“A noção de território é entendida aqui num sentido muito amplo, que ultrapassa o uso que dela fazem a etologia e a etnologia. Os seres existentes se organizam segundo territórios que os delimitam e os articulam aos outros existentes e aos fluxos cósmicos. O território pode ser relativo tanto a um espaço vivido, quanto a um sistema percebido no seio do qual um sujeito se sente ‘em casa’. O território é sinônimo de apropriação, de subjetivação fechada sobre si mesma. Ele é o conjunto dos projetos e das representações nos quais vai desembocar, pragmaticamente, toda uma série de comportamentos, de investimentos, nos tempos e nos espaços sociais, culturais, estéticos, cognitivos.” Guattari, Felix e Rolnik, Suely, Cartografias do Desejo